domingo, 29 de novembro de 2009

Belém, Belém...

Te engane se quiseres. Afinal, a cidade porta de entrada pra Amazônia é porta de entrada pra muitas outras coisas também. É claro que a beleza dos rios, os animais dos parques, o clima quente e o vento na estação da docas nos faz entender o que um tal escritor viu por essas terras. A presença indígena que ora é encontrada nos lábios de belas mulheres e ora na face de outros homens, nos faz entender também quem é o real invasor daqui. Essa coisa de raiz que pode não nos afetar muito em um primeiro momento, traz outras indagações. Fato mesmo é que a antiga chuva diária que servia de horário pra compromissos já não existe mais (salvo em época específica do ano). Talvez fruto do desmatamento, talvez fruto de qualquer outra coisa que distancie os pensamentos do gado e da soja. A outra porta de Belém pode ser a da prostituição. Belas meninas que se vendem a um preço qualquer ou que são exportadas pra Europa. Outro fato, pungente à qualquer grande cidade, é a violência. E Belém não fica atrás... Aliás, está muito a frente. No entanto, o som do carimbó nos remete ao que o Norte tem de bom. Especiarias sem igual, peixes diversos e frutas deliciosas. Rios dos quais a outra margem se perde de vista e um cenário turístico com uma arquitetura europeia. Prova dessa fidelidade é o feriado de independência, comemorado um ano e alguns dias após a data real. Junte a tudo isso uma infra-estrutura cultural e comercial sofisticada, um português falado corretamente e cidades vizinhas com um grande crescimento econômico (caso de Ananindeua). Como qualquer grande cidade, Belém ilustra que a moeda possui dois lados. Cabe a cada um decidir pra qual se quer olhar...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Paixão de Claudia

Entre os raios da manhã e o arrastar das cadeiras dava pra imaginar como seria o dia. Um telefone que não para, uma agenda apertada, um computador de planilhas e no horizonte um cheiro de café. Foco! Uma reunião aqui, outra ali, uma liberação aqui, uma decisão ali, mais e-mails e mais planilhas. Fotos! Se a cor não ficar no tom muda o tom do dia. Muda a vida, troca o slogan, fecha o jingle, porque agora sai o promo. Sono! E se seu dia não tem marketing faça o marketing do dia. Sorria! Se pro orçamento falta tempo usa o espaço do comops. Drops! Algo a mais do que balas e cafés a manterá acordada, viva...
Logo que eu chegava, entre os raios da manhã e o arrastar das cadeiras, dava pra imaginar como seria o dia. E além da certeza de que os mesmos raios da manhã invadiriam o escritório refletindo a luz em qualquer caneca de café, uma outra certeza eu tinha:
Claudia era apaixonada pelo seu trabalho!