quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A alegria de Helen

Um dia descalço pra sentir o chão, a terra. Aquela cidadezinha que um dia você ouviu falar tem história pra encher uma metrópole. Mulheres guerreiras que de lá saíram hoje sorriem pelas grandes cidades. Contam casos e fazem suas próprias histórias. O vento que parecia vir de um rio que mais parecia mar balançava o vestido de Helen que usava sua simpatia pra mostrar que não importava o que os outros lhe davam, pois ela escolhera retribuir somente alegria. E com um sotaque capaz de conjugar qualquer verbo, encantava a todos os homens do sul. Aqueles que não andavam descalço e pouco sabiam da energia da terra. Pouco sabiam das coisas da mata e muito menos retribuir o que ninguém lhes deram. Bem ao norte dos trópicos fica difícil saber o que é ou o que não é. Mas Helen sabia muito bem o que era alegria... 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Vivian has turned the page

message in a bottle: texto melhor lido com a música Reflections de Todd Hannigann


Aquela mesma toalha. Aquele mesmo sofá. Os mesmos amigos e as mesmas ruas. Fotografias da mesma coisa. Um página virada. Se as fissuras na parede tivessem ouvidos saberiam de tudo o que se passou naquela casa. E de nada vale reclamar. A partir de agora crianças levadas serão como pequenas princesas e falar outra língua será como brincar de boneca. Se o sol não aparecer, não importa. As flores do seu ombro abrirão sorrisos mesmo assim. E o que era pra ser frio se tornará quente. Se de dia grita pra consertar as coisas, a noite fala baixinho pra todos dormirem. E na última janela acesa daquela ilha, nostalgia. Um pensamento de que se estivesse de volta agora, passaria a mão na mesma toalha, sentaria no mesmo sofá, sorriria para todos os mesmos amigos e olharia as mesmas fotografias várias e várias vezes. Certas coisas são impossíveis de não notar. Como um sorriso, como um olhar. A beleza de Vivian estava lá, linda e só. E sem nenhuma explicação não se importava com nada do que ela sentia...

domingo, 31 de julho de 2011

Elise's time

What's your biggest regret? What if you had a second chance? What would you do? What wouldn't? We could change two or more things from the past to make a small difference in the future. Maybe we could change a big thing. Something that, whilst all are living their lives, you think to yourself and realize you could have done differently. Although time passes for everybody, for some, it doesn't matter that it passes quickly and behaves like a gentle breeze. Elise didn't hide to anybody that time became of her a mature woman, but she also didn't hide her humor from those who crossed her way. A mix of British education and Brazilian essence made her perfect mix of extremes that few artists could express. Pier, water reflection, the greatest view could not simply touch a Elise's smile and the mistery of her eyes went away as slowly as possible... For a week, it was hard to regret something...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Beatriz


message in a bottle: texto melhor lido com a música Giving up de Ingrid Michaelson


Já não importam os porquês... Uma vez decidido, olhar pra trás é vontade de ficar. Bobagem tentar entender. Os sorrisos que ficam na memória trancados são como as palavras que ficam no caderno fechado e são poucos os que estão dispostos a revirar tudo e entender os porquês. Um... Dois... Três... E quantos mais pudessem chegar naquele andar... Ninguém teria o mesmo sorriso e a mesma forma de alegrar o dia... Ninguém teria os lábios que só tem quem consegue falar determinadas palavras em determinados idiomas... Idiomas românticos por sinal... Ninguém entenderia que o "fi sustemol" era uma piada boba sobre um assunto nobre... Ninguém acertaria tanto o erro da maquiagem... Ninguém faria com que a risada passasse a ser a nova graça... Ninguém prestaria atenção na conversa alheia e com certeza... Com certeza ninguém saberia que você não está dando a mínima pra determinados assuntos por mais que isso salte aos olhos... Porque a importância de alguns é proporcional a semelhança dos outros. E só quem conhece a si próprio pra saber que os outros são exatamente todos iguais. Sejamos diferentes então. Saudades virão...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fernanda e o frio

Frio. Quando pensamos que já vimos tudo na vida ela vem e nos mostra algo novo. Aliás, por achar que sabemos de tudo achamos saber até o que os outros pensam... Fernanda guardava seus pensamentos como tesouros que nunca seriam descobertos. Mas entre uma palavra e outra, um olhar ou outro, deixava escapar a incerteza de conhecer aquilo que mais acreditamos conhecer: o outro. A bela moça de pele clara e olhos centrados pode não ter nada a ver com o frio da sala. E num mundo onde nada tem a ver com nada, esquecemos o que vemos e ficamos com o que sentimos.
"Você não vai escrever sobre mim"

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A cena de Gabriela

Como um planeta isolado ela estava lá. Ora sozinha, ora com a sorte de uma companhia. Antes de falar, um toque de leve no braço como se dissesse baixinho que não queria incomodar. Talvez ainda não soubesse que seu simples sorriso abria portas para qualquer palavra. E que esse mesmo sorriso era mais interessante que dezenas de constelações... Sabe-se lá o que o signo de Peixes é capaz de fazer com as características de uma pessoa... Gabriela tinha planos... E saberia deles os que se deixassem levar pela sua doce presença. Com tantas lições que São Paulo poderia ensinar, fora o gostar de rock que aprendera e aprender mais sobre a moça de lábios desenhados poderia ser um embate a introspecção que carregava .
"Eu não quero me expor" (risos).
Vai saber o que o acaso nos fará encontrar. Todos os segredos à parte, enquanto um falava, a noite queria mesmo ensinar outra lição... E a cena toda era encantadora...

terça-feira, 8 de março de 2011

Conhecendo Bruna


message in a bottle: texto melhor lido com a música Everybody's got to learn sometimes de Beck.


Vai saber se é o frio que a deixava mais linda... Uma forma nova de não se preocupar realmente com as coisas colocava Bruna na lista das pessoas que é difícil ficar sem falar. E por que não sem ver? É preciso procurar para achar a menina que se esconde atrás do jeito de mulher que carrega. Ou será o contrário? Em meio a tantas perguntas, as repostas desapareciam e o que sobrava era a grande dúvida de como agradá-la.
"Vocé é muito sério."
Talvez, essa seja a melhor hora pra aprender como as pessoas são de verdade. Não há sinais e nem hora certa. Afinal, alguma hora todo mundo tem que aprender...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Marina já pode sorrir...


message in a bottle: texto melhor lido com a música Morning Lullabies de Ingrid Michaelson.


Tudo era novo. E tudo tão calmo... Enquanto o barulho alto de qualquer carro se fazia ouvir pela janela da sala o calor parecia mesmo querer matar a todos. E mesmo com todas as palavras que deveriam ser escritas com o pincel atômico que não funcionava o dia ainda tinha aquele gosto de que tudo era novo. Novos rostos, ritmos e histórias. Todo mundo queria agora entender aonde estava um sorriso tão lindo. Por onde andava um olhar tão agradável. Era algo mais do que cabelos brilhantes e lábios desenhados. Onde caberia tanto mistério? Enquanto ela pensava em coisas como Language Focus ou Comprehension alguém só pensava qual seria a próxima palavra engraçada para que o sorriso aparecesse novamente. Marina podia sorrir a vontade que nada mais em qualquer idioma teria importância...
"Do you like dancing?"

Ps.: I can't believe you've seen Maryl Streep!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A neve...

Ela combina com a neve. Embora ainda não tenha a visto. Mas sabe que combina porque é fria. Assim, quando a neve viesse e batesse na janela do seu quarto ou da sala, ela tomaria seu chocolate quente e se esquentaria na lareira que de vez em quando estala. Sem televisão, dormiria tranqüila ao viajar nas páginas de um livro e acordaria quando o barulho da queda espalhasse o som pelo recinto de madeira. Se não acordasse, juntaria todas as letras que se espalharam pelo chão. Caso perdesse o sono, levantaria, sairia a porta pra sentir o frio. Então, depois de ver como tudo era tão simples e amável, sorrindo, desejaria que a neve voltasse todos os dias durante a tarde a ponto de se darem bem...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vanessa's poem

You're always boring me
with things of the past
But the past has gone
cause the time was fast

Faster than my words
written in a letter
Please, believe me
I always do my best

You say: think of me
and I say: you bet
How can I remember
If I never forget?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Lumi

Como quem canta um pedaço de música esquecida ou atravessa a rua a pensar na vida. Ou como quem acredita que há bondade por trás de todos e que um segundo de olhar pode fazer a diferença de vinte quatro horas de um dia. Ou até como quem olha de lado e resiste a dizer nunca, Lumi segue acreditando que talvez o que há de mais real na vida é mesmo acreditar. Acreditar que podemos colocar os amigos no coração como se colocássemos frutas em uma grande sacola. Acreditar em nossos heróis e acreditar que podemos seguir sem medo de cair nessa grande corda bamba que chamamos de vida. Lumi ilumina com idéias. E aí, cada parte de um mosaico se torna importante. Cada pensamento se torna mais um passo. E cada palavra se torna a penúltima...