domingo, 16 de setembro de 2012

Gabi

message in a bottle: texto melhor lido com a música Forrest Gump (Suite) de Alan Silvestri


Quem mais não te obedece além de seus cabelos, Gabriela? E quem mais vai te falar todas as verdades desse mundo a não ser aqueles que realmente insistirem no que vale a pena? "O que mais?" A melhor resposta para essa e qualquer outra pergunta era "nada mais". Nada mais era tão interessante quanto ao olhar, a timidez - que no fundo era uma forma de se proteger, e o sorriso de Gabriela. Um porta-estandarte. Um convite para algo que se tornara melhor a cada segundo e que deveriam, pelo menos naquela noite, passar em camêra lenta... Assim seriam milhares e milhares de segundos... As cores que usava se confundiam com a madrugada de sua pele. E interpretá-la era tão interessante quanto um filme bom, tão doce quanto uma bebida sem álcool e tão sincero quanto o seu olhar. "O que mais?"... "Agora já não falta nada"...

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Luciana

message in a bottle: texto melhor lido com a música Forgetting de David Gray


Não luzes, não aplausos... No final o que vale é o que o você viveu. Esquecer ou relembrar os momentos que te faz crescer é uma questão de escolha. E se não há escolha o humor pode ser a melhor forma de abrir uma porta. Luciana se fazia presente quando achava que devia e depois entrava em um mundo que só ela sabia... O trabalho... mesmo sabendo que no final do dia não haveria aplausos e nem luzes, não importa quanta vezes fosse solicitada. No fundo, ela sabia que as oportunidades existem mas só aproveitam aqueles que fazem a escolha de aproveitar. Seja num comentário, num olhar e talvez num sorriso, pra quem via não havia escolha... Apenas Luciana...

domingo, 8 de julho de 2012

Suzana

Ela era mais rock'n roll que as outras. E de tão assim ficou de lado no feriado mais frio de São Paulo em que todas as menos rock'n roll viajaram. Mas quando tudo fica mais quieto é que a mulher cria fibra pra fazer sua revolução. Soltou os cabelos e foi pro samba. E sambou. Viu que tudo que conhecera até agora era tão bom quanto aquilo. Viu que a verdadeira tribo é a que te faz sorrir. E se pra sorrir fosse preciso fazer parte de várias tribos, seria assim que viveria. Enquanto Marcos Diniz exibia suas composições, Suzana reparava nas roupas brancas do sambista e viajava como se fosse pássaro. No final da noite, ao ligar seu carro, só lhe restava uma coisa a fazer: Ouvir White Stripes e pensar como o Jack White ficaria se fosse num samba... Tudo isso dentro da cabeça de Suzana! 

domingo, 17 de junho de 2012

Camila


Agora que estava ali, seu mundo se alternava. Ora vivo como uma chama, ora virtual como bytes. Ora vivo como um olhar, ora virtual como sites... E desse todo encanto que oferecia a meia atenção era mais do que inteira, era a forma mais bela de demonstrar que estava ali. Porque toda tarde era dela. E o que não fazia sentido já fazia mais sentido que os gols, as cervejas e tudo ao redor. Seu sorriso tímido chamava toda a atenção e toda calma que carregava no nome se espalhava como notas musicais pelo ar. Até o sol se por, Camila demonstraria que a forma de ser dispensa opiniões, discussões, ideias e meias palavras. Quando a curiosidade a despertasse, ela deixaria seu celular e as coisas voltariam a ser vivas e belas como ela.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Rebeca

message in a bottle: texto melhor lido com a música Mellon Collie and the Infinite Sadness do Smashing Pumpkins


Não fossem as quedas estaríamos no mesmo lugar. Imagina um caminho sem chegada e mesmo assim a certeza de que a direção é certa. E no final, tudo o que te espera é um jardim com sol de outono. Imagina que todo a grandeza que nos cerca não passa de uma mera soma que se anula e resulta em nada e que esse nada carrega a maior das maiores belezas. Imagina que as respostas mais difíceis estavam ao seu lado em uma caixa de bombons e que o sorriso de uma criança não era somente o futuro. Era a solução. Imagina que toda a esperança (que é senão o maior mal da humaninade) descansa agora e o que resta é somente sua vontade de ser e viver. E nada mais importa. Nada mais além da sua vontade. Sem regras, sem arrependimentos. Viva como como quiser Rebeca. Desligue sua TV e viva...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sem nome

A luz baixa e pessoas atentas à batida calma. Quem diria que um nome faria tanta falta? E que a falta fosse tão difícil de explicar. Tanta coisa morna nesse mundo e a cor do ambiente aquece quem se entrega às sete cordas do violão do Sombrinha. Na mente de quem dança, alma. E os passos que só fazem sentido para quem carrega essa história ficam eternizados na mente do obervador. A morena do samba não tem nome. Só o samba. E quem diria que um nome faria tanta falta?

segunda-feira, 21 de maio de 2012

987 ml

message in a bottle: texto melhor lido com a música Lost Fur de Karen O and The Kids.


Mais escuro do que a noite é a despedida onde as luzes se apagam e nenhum som se ouve. Onde não adianta mais tentar fazer o que já deveria estar feito. E onde somente lembranças moram. Quem nunca tentou mudar repetindo os mesmos erros de antes? Naquela noite a risada mais linda da porta pra cá, ria. Sem medo de mostrar quem era. Sem precisar dos 987 ml que fariam qualquer uma se render a um médio bastante bonito. Talvez Ana não enxergasse que tudo era tão simples, bonito e claro como uma conversa entres desconhecidos. Que não precisavam se conhecer pra sorrir. E muito menos para lembrar...

sexta-feira, 16 de março de 2012

Tainá

Qual a cor do Sol a tardezinha? E a cor da Lua? Qual é a cor daquele dia que talvez nem fosse o dia mais perfeito da sua vida? Não precisa ser intenso pra ser bonito. Não precisa ser forte. Sem notar que alguém notava cada detalhe ela sorria. E espalhava sorrisos como se eles fossem mesmo de graça. E com toda a graça do mundo fazia com que o momento fosse mais do que agradável. Fazia com que o mundo ficasse a vontade ao seu redor e que o dia, seja ele cinza ou amarelo fosse mais do que uma simples descoberta. Fosse um pôr de sol inocente que alguém vê de um navio. Só quem notara o esmalte de Tainá que combinava com sua blusa e só quem notara a cor do Sol que combinava com a cor da Lua poderia dizer com toda a segurança... Laranja. E então sorrir como um navegante...