segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Carolina

Algo além do blues sopraria aos ouvidos naquela noite. Até então esse algo a mais era só uma voz diferente. A voz de Carol (assim gostava de ser chamada) era algo incompátivel com o que se via. A mulher madura e um pouco séria que parecia ter certeza do que queria, talvez até baseada pela sua experiência, tinha uma voz leve como de uma menina recém chegada a adolescência. No entanto não era a voz, nem as pintas no rosto e nem a possível beleza fácil de Carol que tiravam a atenção do observador.
Eram as palavras. Era aquilo que atravessa o ar e chegava aos ouvidos. Era o som da voz misturado com sorrisos que não deixava outra escolha a não ser se encantar com a simplicidade da cena e o impacto que lhe causava. O mais difícil era que Carol não deixava pistas do que pensava e aí o ato de encostar nos seus "cachos" pra ser ouvido era a única forma de fazê-la ter medo de uma possível reviravolta. Daquilo que não estava nos planos... Sabe aquelas coisas que não precisam ser provadas pra se ter certeza que é bom? Talvez algo deu errado ou certo demais naquela noite. Talvez a cantora esqueceu de dizer algo essencial. Algo que fizesse sentido... Algo além do blues que soprasse aos ouvidos e fizesse o mundo girar...

Um comentário:

  1. Carol realmente não gosta de deixar pistas... Sair dos planos e o medo... Poderia levar tudo a perder...
    Não seria o crime perfeito.

    Responsabilidade de fazer o mundo girar não seria da cantora e nem do blues.
    Naquela noite a quem caberia essa responsabilidade?
    Rohpnol? Existe crime prefeito?

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